OGX, petroleira de Eike, adquire 13 blocos e é uma das surpresas do leilão

 

A OGX, petroleira de Eike Batista que vem acumulando prejuízos, problemas operacionais e dívidas, foi uma das surpresas do leilão da ANP ao fazer lances para blocos em cinco bacias, arrematando, ao todo, 13 áreas.

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A empresa comprou sozinha 10 blocos e fez parcerias em outros três. Com a norte-americana ExxonMobil, dividiu meio a meio blocos nas bacias Potiguar e do Ceará. Também na bacia do Ceará, adquiriu um bloco com a francesa Total e a brasileira Queiroz Galvão.

 

“Este é o momento de todos tomarem risco”, disse o presidente da OGX, Luiz Carneiro, questionado sobre as dificuldades enfrentadas pela companhia petroleira.

 

O maior lance individual da OGX (R$ 80 milhões) foi na bacia de Barreirinhas, área situada na chamada margem equatorial brasileira (parte da costa próxima à linha do Equador).

 

DISPUTA

Mas o que trouxe um sabor especial ao leilão foi a disputa entre a OGX e a Ouro Preto (presidida por Rodolfo Landim, ex-funcionário de Eike) na bacia do Parnaíba, onde a OGX já produz gás.

 

Os dois tem uma disputa na Justiça em torno de ações da OGX, dadas por Eike como remuneração ao executivo.

No final do leilão de ontem, a OGX conseguiu 4 blocos e a Ouro Preto levou dois.

 

De acordo com a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, que declarou recentemente à Folha que queria ter “vários Eikes no leilão”, a OGX consolidou-se nessa rodada como uma operadora de águas profundas.

 

CONTEÚDO LOCAL

Segundo a diretora-geral da ANP, as empresas foram, nessa rodada de licitações, mais cautelosas na oferta de conteúdo local -uma das exigências do leilão que vale pontos no cálculo do lance final, ao lado da proposta financeira.

Os índices de encomendas que serão feitas no país ficaram 62,3% na fase de exploração (perfuração de poços) e de 76% na fase de desenvolvimento da produção (compra de plataforma e outros), abaixo da média de leilões anteriores.

Magda disse que, como as empresas temem ser multadas se não cumprirem esse quesito, reduziram as propostas de compra no país.

 

Segundo ela, os recursos arrecadados no leilão terão que ser pagos pelas empresas até o dia 6 de agosto, data da assinatura dos contratos de concessão. (DENISE LUNA e LUCAS VETTORAZZO)

 

(Fonte: FOlha SP)

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