Prefeitura de SP retoma licitação para concessão de ônibus e contratos sobem para R$ 71 bilhões

Edital foi relançado nesta quinta após liberação do TCM. Período de concessão dos ônibus é de 20 anos, podendo ser prorrogada por mais um.

 

06 de Dezembro de 2018

 

A Prefeitura de São Paulo relançou, na madrugada desta quinta-feira (6), os editais das licitações do transporte público para a concessão por 20 anos das linhas de ônibus, podendo ser prorrogado em um ano. O valor dos contratos foi corrigido para R$ 71,14 bilhões.

Na ocasião em que os editais foram lançados pela primeira vez, em 24 de abril deste ano, o valor dos contratos era de R$ 68,1 bilhões.

A licitação foi retomada após ajustes no edital que foram determinados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Em junho, o TCM apontou 51 irregularidades, 20 improbidades e 19 correções. O órgão que fiscaliza o executivo municipal liberou a licitação em 24 de outubro.

Após a assinatura dos contratos, a empresa vencedora terá o prazo de até 120 dias para iniciar as operações.

Para o início da operação, a concessionária deverá dispor de garagem própria para abrigo, abastecimento e manutenção da frota operacional. A empresa que tiver garagem no próprio lote de atuação terá vantagem na concessão da área.

Também será exigido que a empresa tenha o mínimo de 25% da frota com ar-condicionado, acessibilidade e vidro colado (que permite melhor isolamento térmico e acústico). Assim que os veículos antigos foram substituídos por causa da idade de circulação ou qualquer outro motivo, o ônibus deve ser trocado por um que tenha ar-condicionado.

Os veículos com mais de dez anos de uso não poderão operar na cidade. A idade média da frota deve ser de 5 anos. Já para a frota de tração elétrica, como os trólebus, a frota deve ter a vida útil de no máximo 15 anos.

A frota também deve seguir a nova Lei de Mudanças Climáticas (lei 16.802, de 17 de janeiro de 2018), que estipula um cronograma para a redução de emissões de poluentes. Os ônibus deverão ser híbridos (dois motores em um só veículo), DualBus (duas tecnologias de tração elétrica), a gás natural e biometano (gás obtido na decomposição de resíduos), etanol ou outra forma menos poluente que o diesel.

 

O sistema de ônibus tem cerca de 9,5 milhões de passagens por dia, 1.340 linhas distribuída pela cidade e é operado por 14.377 ônibus, segundo a SPTrans. Os custos de operação chegam a R$ 8 bilhões por ano e o valor do subsídio, pago pela Prefeitura de São Paulo às empresas de ônibus, custa quase R$ 3 bilhões ao ano. O subsídio é pago para cobrir os valores das anuidades e integrações.

Atualmente, a rede é composta de subsistema estrutural e subsistema local (operado pelas empresas que surgiram das cooperativas). Com a nova concessão, os ônibus passarão a funcionar em três subsistemas: estrutural, local de articulação regional e local de distribuição. Com a nova licitação, a frota deve ser reduzida.

As concessões serão divididas em três grupos:

Grupo Estrutural

O Grupo estrutural terá nove lotes de serviços e será operado por ônibus de médio e grande porte, articulados, e que fazem o transporte de passageiros do Centro para os bairros

Grupo Local de Articulação Regional

Inclui linhas regionais e entre bairros mais afastados, com trajetos feitos por ônibus de menor porte e terá dez lotes de serviços.

Grupo local de distribuição

Com 13 lotes de serviços, o subsistema do transporte público inclui somente linhas locais, de circulação dentro dos bairros, terminais e corredores de ônibus, estações do Metrô e da CPTM. Os veículos utilizados serão micro-ônibus e convencionais, de acordo com a demanda de passageiros e viário utilizado.

Recursos contratos

No subsistema estrutural, o valor do contrato é de R$ 28,12 bilhões (R$ 28.127.313.865). No subsistema de articulação regional, os contratos estão orçados em R$ 20,79 bilhões (R$20.794.948.745). Já o subsistema local de distribuição terá contratos avaliados em R$ 22,21 bilhões (R$ 22.218.767.032).

A Taxa Interna de Retorno (TIR) que se refere ao retorno dos investimentos realizados pelas empresas será limitado a 9,85%. Qualquer valor acima deste percentual, volta automaticamente para os cofres públicos. Se o retorno for abaixo dos 9,85%, haverá avaliação anual dos contratos. A avaliação será considerada na revisão dos contratos para equilíbrio-econômico das empresas, que será feita a cada quatro anos.

 

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2018/12/06/prefeitura-de-sp-retoma-licitacao-para-concessao-de-onibus-e-contratos-sobem-para-r-71-bilhoes.ghtml

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