A “criatividade” do prefeito Fernando Haddad (PT) e o repasse de verbas federais. São essas as apostas do secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, para que os novos corredores de ônibus de São Paulo possam sair do papel sem atraso.
Existem duas pedras no caminho de Tatto: a primeira é a impossibilidade de a Prefeitura realizar mais desapropriações (necessárias para a construção de alguns corredores), por causa da proibição judicial do aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Anteontem, Haddad admitiu que, sem a correção da planta genérica (base de cálculo do imposto), o governo fica sem caixa para financiar as desapropriações, que só podem ser feitas com dinheiro da Prefeitura.
No mesmo dia, o Tribunal de Contas do Município (TCM) rolou a segunda pedra, suspendendo a licitação de R$ 4,7 bilhões para a construção dos 150 km de corredores prometidos até o fim do mandato de Haddad, em 2016.
Mas, ontem, Tatto minimizou esses problemas e afirmou que pretende terminar o processo licitatório dos novos corredores, entre os quais os das Avenidas 23 de Maio e Celso Garcia, até fevereiro. No fim do ano passado, ele falava em dar início às obras já no mês de março. Sobre o TCM, Tatto espera resolver o impasse na semana que vem.
Para a questão dos recursos, o secretário conta com a boa vontade do governo da presidente Dilma Rousseff para o repasse de verbas. “Ouso dizer que não vai faltar dinheiro, que o governo federal vai mandar o que precisar para resolver o problema da mobilidade.” Ele disse que existem dotações de R$ 3 bilhões do PAC Mobilidade destinadas à capital paulista.
Contudo, Haddad já havia dito que os recursos federais poderão não vir para pagar as desapropriações. Para contornar isso, Tatto prevê começar os corredores novos em trechos que prescindam de lotes desapropriados.
Por: Caio do Valle
(Fonte: Estadão)