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Participação popular na licitação dos ônibus é encerrada em Porto Alegre

 


Depois de duas tentativas de realização de audiência pública sobre a licitação do transporte coletivo, não será mais tomada pela Prefeitura de Porto Alegre nenhuma iniciativa de participação popular para tratar do tema. A decisão foi anunciada pelo diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, em entrevista coletiva na noite desta terça-feira (10) após o tumulto no Ginásio Tesourinha.

 

No início da noite, chegou a ter início a audiência no Tesourinha. No entanto, rojões foram arremessados por manifestantes contra uma mesa que reunia autoridades no centro da quadra. Em seguida, houve pancadaria entre manifestantes e a Guarda Municipal. Por volta das 19h35, a audiência foi encerrada.

 

Em nota, a prefeitura informou que considera “concluído” o processo de participação popular na elaboração da licitação. O encontro contou com 617 pessoas cadastradas. Segundo a administração municipal, antes da audiência 23 reuniões haviam sido realizadas nas regiões do Orçamento Participativo (OP), onde compareceram mais de 1,7 mil pessoas.

 

Por meio do Twitter, o prefeito José Fortunati responsabilizou o movimento Bloco de Lutas pelo tumulto. “É inadmissível a postura do Bloco de Lutas que não aceita participar dos processos democráticos existentes e quer impor pela violência a sua vontade. Postura arbitrária e antidemocrática. Cumprimos com a nossa parte e viabilizamos a discussão com a sociedade”, escreveu o político.

 

Fortunati declarou que a licitação será elaborada até o final de março. “Não será o Bloco de Lutas que vai impedir que façamos a licitação do transporte coletivo”, declarou. Na coletiva, Cappellari informou que a licitação vai prever que em cinco anos, 100% dos ônibus terão ar-condicionado. No primeiro ano, a proporção deve ser de 25%. Ele adiantou também que algumas linhas deverão ter ampliação nos itinerários.

 

A audiência estava marcada para as 19h. Cerca de 15 minutos depois, alguns membros do público que acompanharia o debate nas arquibancadas arremessaram pelo menos quatro rojões em direção à mesa e rasgaram uma tela de proteção e ocuparam a quadra por alguns instantes. A Guarda Municipal reagiu e, com golpes de cassetetes, afastou os manifestantes. Apesar do clima tenso, a audiência prosseguiu.

 

Porém, por volta de 19h30, um novo grupo de manifestantes entrou no ginásio com instrumentos musicais e houve mais um momento de confronto com guardas municipais. Os servidores utilizaram escudos para afastar a multidão. Alguns reagiram jogando bolas de papel e pedaços de concreto. Às 19h35, o cancelamento da audiência foi anunciado. Um adolescente foi levado ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) e um homem foi encaminhado a umadelegacia.

 

A mesma audiência estava programada para o dia 27 de fevereiro no plenário da Câmara Municipal, mas acabou sendo transferida para o Tesourinha após tumultos serem registrados nos dois portões da Casa. Na ocasião, agentes da Guarda Municipal chegaram a usar uma arma de choque contra os manifestantes.

 

(Fonte: g1)

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