RHS Licitações

Mudança na licitação do Porto de Santos é bem recebida

 


A proposta do governo para licitação de áreas no Porto de Santos (SP) tinha uma série de problemas, que deverão ser corrigidos. Esse é o entendimento do presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Mauro Salgado, a respeito das declarações da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, publicadas pelo Estado na sexta-feira. “Vejo muitas boas intenções em rever o que estava ruim”, disse.

Os aluguéis que o governo queria cobrar após os leilões estavam muito caros. Segundo Salgado, uma empresa demonstrou, na audiência pública promovida pelo governo para discutir o projeto no fim de agosto, que o preço a ser pago por um terminal para exportação de automóveis não seria coberto pela tarifa máxima que a arrendatária estaria autorizada a cobrar pela movimentação do veículo.

Na entrevista ao Estado, a ministra disse que os preços serão reduzidos em “10%, 20%”, numa análise por tipo de carga e terminal. Segundo Salgado, em alguns casos a redução teria de ser até um pouco maior. Há também preocupação com uma área do porto chamada Saboó, que, segundo a ministra, está sendo reestudada.

Um dos problemas, informou Salgado, envolve a exportação de veículos. Havia expectativa de que o terminal localizado no Saboó fosse ampliado, mas isso não ocorreu. A minuta do edital estabelece uma carga mínima de 100 mil veículos no terminal, sendo que o embarque neste ano será o dobro disso. Isso causou preocupação, pois fica aberta a porta para que a capacidade do terminal seja usada para outras cargas.

O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, aponta outro problema. Ele diz que o desenho proposto pelo governo prevê navios que, na realidade, não poderão aportar ali por falta de profundidade e de “frente de cais”.

Salgado observa também que o governo poderia ter exigido a construção de um novo berço de atracação no Saboó, alinhado com os outros três já existentes. “Isso traria mais flexibilidade”, comentou.

Por: LU AIKO OTTA
(Fonte: Estadão)

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