Enquanto grandes companhias e o governo participam de uma rodada de concessões de infraestrutura, em áreas como rodovias e aeroportos, pequenas empresas também podem se beneficiar de parcerias com o setor público.
As compras do governo federal de empresas de pequeno porte (com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano) somaram R$ 15,4 bilhões no ano passado, representando 21% do total contratado pelo governo em 2012. Em 2006, esse volume era de R$ 2,1 bilhões.
Os bens mais requisitados no ano passado foram itens médicos (R$ 4,4 bilhões), softwares (R$ 1,1 bilhão) e itens de subsistência (R$ 780 milhões). Uma entre as empresas que têm se beneficiado das vendas para o setor público é a Casa Ferraz, empresa de Mogi das Cruzes (SP) que vende material de construção.
O dono da empresa, Claudemir Amancio, 42, conta que começou a participar de licitações em 2011. Atualmente, as compras públicas representam 20% de seu faturamento mensal, ou seja, R$ 150 mil. Entre os itens vendidos estão tintas, ferramentas e material hidráulico.
Amancio diz que não havia tentado fazer negócios com o setor público antes por acreditar que o processo seria muito difícil. “Achava que a empresa não tinha capacidade. E quando se vê a quantidade de documentos, você pensa que é um bicho de sete cabeças”, afirma.
Atualmente ele acompanha os editais regularmente e participa de cerca de oito pregões por mês, inclusive em cidades vizinhas.
PASSO A PASSO
Na hora de verificar as regras da concorrência, é preciso analisar os custos da empresa atuais e futuros, inclusive a inflação, para saber qual o valor mínimo que se pode ofertar sem ter prejuízo. Também é preciso verificar os documentos exigidos para o cadastro, como certidões que comprovam que a empresa não tem débitos fiscais ou trabalhistas.
Dispositivos da Lei Geral da Micro e Pequena favorecem essas organizações em caso de licitações em que elas ofereçam um preço até 10% maior do que o de uma grande companhia.
Também há a previsão de licitações de até R$ 80 mil exclusivas para micro e pequenas empresas. Entre os 5.561 municípios brasileiros, cerca de 1.117 estão adequados a esse ponto da lei, segundo o Sebrae.
Por: FILIPE OLIVEIRA
(Fonte: Folha SP)