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Governo federal prevê licitação da dragagem em Paranaguá até julho

A licitação para a dragagem de aprofundamento do Canal da Galheta, que dá acesso ao porto de Paranaguá, está prevista para sair ainda no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Secre­taria Especial de Portos da Presidência da República (SEP). Para que o processo seja iniciado, o órgão aguarda apenas a emissão da licença de instalação da obra, o que deve ser feito pelo Ibama até julho. O investimento, estimado em R$ 146 milhões, deve liderar a lista de obras previstas para o porto neste ano.

Troca dos shiploaders deve acontecer até abril

A concentração do leilão da dragagem de aprofundamento não engessa os demais investimentos anunciados para o Porto de Paranaguá em 2014. Pelo menos R$ 70 milhões em novos empreendimentos estão previstos pela administração dos portos do Paraná. Uma das principais obras é a troca dos quatro shiploaders, responsáveis pelo carregamento dos navios, que deve ser finalizada até abril deste ano.

Entre os outros investimentos previstos estão as obras nos dutos técnicos e iluminação das áreas do porto (R$ 22 milhões), reforma do datacenter (R$ 4,2 milhões) e ampliação do sistema de monitoramento e controle de acesso (R$ 31,8 milhões).

A dragagem é aguardada há anos por Paranaguá. Atualmente, a profundidade do canal que dá acesso até os berços de atracação varia de seis a 15 metros em alguns trechos. Com a obra, todo o percurso ficará com 16 metros de profundidade e a bacia de evolução passará a ter 14 metros.

No início do ano passado, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) esperava que a licitação da obra saísse ainda em 2013. No entanto, o investimento foi o único que não saiu do papel.

Com a nova Lei dos Portos, aprovada em junho, o processo ficou concentrado na secretaria do governo federal. Segundo a SEP, o atraso não se deu em função da nova regra e o projeto da dragagem já está em fase de preparação do edital e termo de referência para contratação da execução da obra.

A administração local do porto também garante que está realizando alguns estudos para que o novo prazo seja respeitado. “No que cabe a nós, estamos encaminhando os estudos de componente indígena e de arqueologia marítima”, explica o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Para depois

No entanto, mesmo que o trâmite burocrático comece a se desenrolar ainda em julho, a escavação só começaria, na prática, no ano que vem, com conclusão prevista para 2016. “Uma obra dessas é bastante complexa e o processo de licitação como este dura pelo menos seis meses”, afirma Dividino.

De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – que está registrado no Ibama desde 2009 –, a retirada dos mais de oito milhões de metros cúbicos de sedimentos deve durar outros doze meses.

Pendências

Segundo os registros do Ibama, no entanto, o órgão ainda aguarda a adaptação de alguns estudos para que a licença definitiva seja concedida. O último documento do processo, publicado em outubro do ano passado, lista algumas pendências do Plano Básico Ambiental do projeto.

Entre os requisitos pedidos pelo instituto estão o detalhamento das características técnicas das dragas que serão usadas na obra e maiores informações de programas compensatórios.

De acordo o superintendente da Appa, as condições estão sendo atendidas. “Somos referência em algumas medidas ambientais e todo o processo está encaminhado”, afirma Dividino.

Concorrente, Porto de Itapoá quer quadriplicar operação

A cerca de 80 quilômetros de distáncia de Paranaguá, o Porto de Itapoá anunciou R$ 500 milhões em investimentos até 2015. Segundo estimativas do próprio terminal privado, a pretensão é ampliar a capacidade de movimentação para 2 milhões de TEUs (unidade padrão de contêineres de 20 pés) ao ano – hoje o porto estima que a movimentação seja de 500 mil TEUs.

Os três grupos de acionistas que detém o terminal ainda não finalizaram o projeto, que prevê um pátio de 450 mil metros quadrados e um berço de atracação de 1,2 mil metros.

O pedido para ampliação de Itapoá foi protocolado na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) no final do ano passado e o Ibama já autorizou a obra.

O início da ampliação está previsto para o segundo semestre deste ano, mas ainda depende de uma formula para a captação dos recursos. A iniciativa, no entanto, não deve tirar cargas do Ter­minal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Depois de uma obra de ampliação finalizada em 2013, o terminal paranaense ampliou sua capacidade de movimentação para 1,5 milhões de TEUs ao ano.

(Fonte: Gazeta do Povo (PR))

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