O governo vai alterar o edital de licitação do porto de Outeiro, no Pará, que está em fase de consulta pública, para proibir a participação de empresas que já possuam terminais privados na mesma área de influência. Essa medida, explicou a Secretaria de Portos, tem por objetivo evitar que a dona do terminal domine toda a cadeia de transporte, impondo preços ao produtor.
O risco de monopólio é um foco de preocupação do agronegócio, já que a ideia é que haja só um operador no porto. Empresários se queixam da chamada verticalização do transporte, exercida principalmente por empresas comercializadoras.
“É positivo, porque em tese isso vai favorecer a competição”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja – MT), Carlos Fávaro. Ele comentou que a expectativa é haver concorrência entre os terminais portuários, pois além de Outeiro estão em licitação cinco áreas em Vila do Conde e terminais privados na área.
A conclusão, na virada do ano, do asfaltamento da BR 163, que corta Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, até o porto fluvial em Miritituba (PA) deverá aumentar o volume de carga direcionada para os portos do Norte do País. Estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o volume embarcado pela região Norte chegará a 50 milhões de toneladas em 2020.
A estimativa é que a consolidação dos portos no Norte reduza os custos de logística em 30% a 40%. Um navio leva 12,8 dias para ir de Santarém para o porto de Roterdã, na Holanda. Saindo de Santos (SP) ou Paranaguá (PR), a viagem consome três dias a mais. / L.A.O.
(Fonte: Estadão)