Os consórcios da Espanha e da Alemanha pediram ao Brasil o adiamento do leilão do trem-bala, marcado para o dia 13. A solicitação reforça a ala do governo que defende a postergação da licitação. Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma Rousseff já confidenciou a assessores que deve adiar a disputa, mas faltariam detalhes para tomar uma decisão final.
Além de questões técnicas, pesam na decisão presidencial os protestos de ruas que questionaram a prioridade do trem-bala diante da necessidade de investir em metrôs. O tema foi discutido ontem à noite por Dilma e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e César Borges (Transportes), além do presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo.
Um grupo defende o adiamento sem data definida de retomada. Outro deseja um adiamento curto, para dar tempo aos consórcios de se organizar. Outros acreditam que essa definição deveria ficar para depois das eleições. Um terceiro consórcio, da França, mantém sua disposição de participar da licitação na data agendada. Defensores do adiamento afirmam que seria ruim fazer um leilão com só um competidor.
A Folha apurou que o governo espanhol encaminhou ontem carta às autoridades brasileiras formalizando o pedido de adiamento do leilão. A justificativa é que o consórcio quer participar da disputa, mas precisa de mais tempo para analisar e formalizar a proposta. O consórcio alemão solicitou informalmente, há cerca de duas semanas, a transferência do leilão para outra data também para analisar e preparar uma proposta.
Anunciado em 2007, o projeto do TAV (trem de alta velocidade) brasileiro, ligando São Paulo ao Rio, já teve dois adiamentos, e a terceira tentativa de leilão não chegou a atrair interessados.
Por: VALDO CRUZ e DIMMI AMORA
(Fonte: Folha SP)