Com previsão de forte concorrência, começa hoje de fato o mais importante programa na área de infraestrutura da presidente Dilma Rousseff, o PIL (Programa de Investimento em Logística).
Trechos das rodovias BR-050 (MG-GO) e BR-262 (MG-ES) serão concedidas à iniciativa privada e os interessados precisam entregar documentos e proposta de preço na Bovespa até as 17h.
Ganha quem oferecer o menor valor de pedágio. O vencedor será conhecido na quarta-feira.
No mercado, a previsão é que todas as sete grandes companhias de pedágio no país – Arteris, CCR, Ecorodovias, BA Concessões, Invepar, Odebrecht Transport e TPI-apresentem proposta. A Invepar e a Odebrecht Transport, que já operam em parceria em algumas regiões, podem apresentar propostas comuns. Empresas de pequeno e médio porte também estão se aliando em grupos de cinco ou mais.
“As condições foram muito restritivas. Por isso será necessário que essas empresas pouco capitalizadas se juntem em grupos grandes”, diz Luciano Amadio, presidente da Associação Paulista de Empresas de Obras Públicas.
O patrimônio exigido para cada estrada é de R$ 400 milhões. Nos consórcios, cada empresa tem que ter capital proporcional à sua parte. A garantia de proposta, documento que deve ser apresentado pelas concorrentes, é de R$ 101 milhões para a BR-050 e de R$ 78 milhões para a BR-262. Essa garantia é executada em caso de a empresa vencedora não assinar o contrato. Os estudos não custaram menos de R$ 3 milhões.
O governo tentou facilitar ao máximo as condições para a participação de empresas nesses leilões. Aumentou o preço teto dos pedágios, melhorou as condições de financiamento e colocou fundos de pensão à disposição para serem sócios da parte que a vencedora tem que investir no negócio.
Mas outro fator está atiçando ainda mais o apetite das companhias: a falta de novas licitações de obras públicas de grande porte no país, que deixou as construtoras com poucos projetos. A BR-050 é considerada a melhor das nove concessões rodoviárias do PIL. Além de pedágio baixo, não há obras complexas, o que facilita cálculos de custo e torna mais factível o cumprimento da duplicação em cinco anos.
Como a estrada é uma continuação de outra já administrada pela Arteris, a empresa é dada como favorita. Já na BR-262, o pedágio é considerado alto e as obras são em regiões complicadas de serra, o que poderá dificultar o cumprimento do prazo. A Ecorodovias, que administra a BR-101 (ES), na região, leva vantagem.
Por: DIMMI AMORA
(Fonte: Folha SP)