A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) vai realizar licitação no próximo dia 19 de setembro para contratar a empresa que executará o primeiro módulo da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Jundiaí/Guarapes. O projeto é dividido em cinco módulos e o primeiro receberá um investimento de R$30 milhões de recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e do Governo do Estado. Cada um módulos terá a capacidade para tratar 210 L/s, com um total de 1.050 litros de esgotos por segundo.
O tratamento inicial de esgotos será nos bairros Felipe Camarão, Guarapes, Bom Pastor, Cidade Nova, Planalto e parte das Quintas, prevista para ser concluída em 24 meses após o início. A ETE integra uma obra maior na zona Oeste de Natal, que, no total, receberá montante da ordem de R$ 96,5 milhões com recursos do OGU e do Governo/Caern. Os outros R$ 9,7 milhões são de empréstimo realizado através do Governo do Estado, com recursos do FGTS (reembolsável) destinados à Bacia de Esgotamento Sanitário L, abrangendo parte do bairro Planalto (Sub-bacias 4 e 5).
Destes recursos, segundo a Caern, R$ 14,5 milhões foram aplicados e o restante servirá para complementar as redes coletoras de esgotos e execução dos ramais prediais em Guarapes, Felipe Camarão, Bom Pastor e parte das Quintas (Bacias EFK); construção das redes coletoras e ramais prediais da área contemplada no bairro Planalto, e a construção das Estações de Bombeamento de Esgotos, de ambas as bacias EFK e L, para a ETE, onde receberá o tratamento adequado e transporte ao estuário dos Rios Potengi/Jundiaí.
“Esses recursos, acrescidos dos R$ 504 milhões obtidos através do PAC 2, garantem que a Caern atinja, em breve, 100% de atendimento de coleta e 100% de tratamento dos esgotos no nível terciário, garantindo elevado nível de tratamento na remoção de matérias orgânicas poluidoras e coliformes fecais. Será uma das poucas capitais do país a atingir essa condição de saneamento básico”, explica o gerente de Projetos da Caern, Engenheiro Civil e Sanitarista Josildo Lourenço dos Santos.
O complexo da ETE Jundiaí/Guarapes tem a mesma característica de avanço tecnológico no tratamento de efluentes pela ETE do Baldo. O projeto foi uma alternativa encontrada pela Caern para substituir o projeto do emissário submarino, que seria implantado próximo à Barreira do Inferno.
A Caern informou que vários bairros da capital já estão com rede coletora pronta para funcionar, aguardando o sistema entrar em operação. Na Zona Oeste, por exemplo, 80% da rede já foi instalada. A área da ETE tem 70 mil metros quadrados e localiza-se na Rua Novo Guarapes a pouco mais de 700 metros da Avenida Ranieri Mazzili.
Próximos módulos
Os demais módulos da ETE (2,3,4 e 5), estimados em R$52 milhões, estão assegurados pelos recursos do PAC-2 (3ª Seleção), conquistado pela Caern, que captou R$504 milhões junto ao Governo Federal, através do Ministério das Cidades/OGU, para sanear as áreas ainda não contempladas na capital potiguar, incluindo toda a zona Norte. Estes projetos estão em fase de tramitação entre a Caern e a Caixa Econômica Federal, para análise e liberação dos recursos.
Ao final, o conjunto de módulos vai garantir o tratamento dos esgotos coletados nas zonas Sul e Oeste de Natal, abrangendo os bairros de: Ponta Negra, Via Costeira, Pitimbu (Cidade Satélite, Bancários, San Vale e Parque das Colinas), Cidade Jardim, Lagoa Nova, Candelária, Felipe Camarão, Guarapes, Planalto, Cidade da Esperança, parte das Quintas, Cidade Nova, Nova Cidade e área do Campus universitário da UFRN, em Natal; além de Nova Parnamirim, Cidade Verde, Emaús, Jardim Aeroporto e Parque Industrial, em Parnamirim. Também tramitam a obtenção e licenças ambientais e titularidades dos terrenos para construção das Estações de Bombeamento da ETE Jaguaribe (zona Norte).
Quando a ETE Jundiaí/Guarapes estiver pronta, aproximadamente 45% população de Natal será beneficiada pelo sistema, o equivalente a 400 mil moradores das zonas Sul e Oeste de Natal e de parte de Parnamirim, totalizando 537 mil habitantes beneficiados.
Está prevista, após dez anos, a construção de um sexto módulo, ampliando a capacidade de tratamento para a vazão média de 1.260 L/s, suficiente para atender às demandas populacionais destas áreas até 2030.
(Fonte: Tribuna do Norte)