Num país em que planos oficiais levam mais tempo do que o razoável para sair do papel, o pacote de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões anunciado em junho passado para reanimar a indústria nacional acabou justificando mais o entusiasmo do que as dúvidas com que foi recebido.
Apesar da desconfiança quanto ao ritmo em que seria implementado, em sua maior parte o plano saiu do papel e já começou a produzir efeitos positivos para o setor no ano passado, inclusive no Estado.
Incluído no PAC Equipamentos, o investimento beneficiou a indústria de caminhões, ônibus, equipamentos e móveis. Com exceção das 3 mil patrulhas agrícolas previstas – que incluíam a compra de tratores, máquinas e implementos –, todo o restante do planejamento foi cumprido. As licitações foram realizadas ainda no ano passado.
Por meio do programa Caminhos da Escola, foram adquiridos 8.570 ônibus para o transporte de estudantes. Líder no setor, a gaúcha Marcopolo, de Caxias do Sul, abocanhou quase a metade: uma fatia de 3.911 unidades (45,6%) do total. Em outubro, em nova rodada de aquisições, foram licitados mais 8 mil veículos escolares, e a empresa gaúcha venceu a concorrência para mais 4,1 mil carrocerias, que serão entregues neste ano.