O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que tem um orçamento anual superior a R$ 10 bilhões para cuidar da malha rodoviária federal, não tem mais conseguido atrair as grandes empreiteiras para seus contratos. Uma combinação de fatores, que vão do uso intensivo do regime diferenciado de contratações públicas (RDC) à defasagem na tabela de preços do Dnit em suas licitações, ajuda a explicar o desinteresse. Essas empresas têm preferido apostar em concessões de rodovias e aeroportos ou em oportunidades no exterior.
Das 51 maiores construtoras do país, 37 saíram vitoriosas de licitações realizadas pelo Dnit entre 2008 e 2010. Mas entre 2011 e 2014, apenas 22 levaram novos contratos. Camargo Corrêa, OAS, Galvão Engenharia, CR Almeida, Fidens, EIT Engenharia, Barbosa Mello e Constran estão na lista de empreiteiras que não arremataram contratos com a autarquia nos últimos três anos e meio.
José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), aponta incertezas em torno do mecanismo do RDC, que restringe o espaço para aditivos contratuais e transfere parte importante do risco de engenharia às empresas.
Companhias menos conhecidas ocuparam esse espaço, como a Construtora Centro Minas (CCM), que levou 68 contratos no governo Dilma e tem com o Dnit uma carteira de cerca de R$ 2 bilhões.
(Fonte:Valor Econômico)