04 de Setembro de 2017
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) realiza nesta segunda-feira (7) uma operação contra um grupo suspeito de desviar combustíveis e de fraudes em licitações na Prefeitura de Iaciara, no nordeste do estado. Entre os suspeitos de participar do esquema estão quatro secretários municipais e o vice-prefeito, Marcos Pereira de Macedo.
Chamada de Operação Catturandi, a ação prendeu temporariamente o secretário de Administração, João Carlos Rulka, o presidente da comissão de licitações, Darlos de Souza, e o contador municipal, Elder Novais Sampaio.
Os promotores também cumpriram nove mandados de busca e apreensão nas casas dos presos, na sede da prefeitura e nas secretarias de Saúde, Educação e Administração. Segundo os promotores, o magistrado também determinou o afastamento de nove agentes de suas funções, entre eles, o vice-prefeito, Marcos Pereira de Macedo.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Iaciara, mas não obteve um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
O G1 também tenta contato com os presos durante a operação, mas as ligações não foram atendidas.
Desvio de combustíveis
As investigações começaram há três meses. Segundo o MP-GO, os agentes públicos envolvidos abasteciam seus carros e os de parentes em contas da Prefeitura de Iacira em postos de combustíveis de municípios da região.
“Após o abastecimento ilegal, os servidores passavam no posto para trocar a requisição, onde constava o abastecimento ilegal, e deixavam outra requisição na qual lançava o abastecimento de serviço oficial”, explicou o promotor de Justiça Douglas Chegury, responsável pela investigação.
A promotoria constatou que o volume de abastecimentos era tão alto que a prefeitura estava inadimplente junto a postos de combustíveis de Iacira, Formosa e Alvorada do Norte.
“A partir das buscas, tivemos acessos a inúmeras requisições de abastecimento e vamos verificar todo o valor. Creio que pode chegar a R$ 100 mil”, estima o promotor.
Fraudes em licitações
Por enquanto, a investigação já apontou fraudes em duas licitações. Uma delas diz respeito à aquisição de um veículo para o município.
“Eles escolhiam o licitante que ia vencer o processo. A licitação era dirigida para uma pessoa porque havia um acordo prévio. Eles jogavam o preço da van mais alto do que o preço de mercado, e a diferença ia ser dividida entre eles”, explicou o promotor.
Em outro caso, segundo o MP-GO, eles forjaram um pregão para justificar a contratação irregular de 15 funcionários. “Cada uma dessas pessoas teve que criar uma empresa jurídica para concorrer no pregão que foram simular. Era um jogo de carta marcada. Aquelas pessoas que já estavam na prefeitura e criaram CNPJ eram as pessoas que iam vencer a licitação”, afirmou.
Após o cumprimento dos mandados, a investigação continua para identificar outras pessoas que participam do esquema.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de fraudes em licitações, desvio de dinheiro público, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva.
Fonte: G1