Israel lançou neste domingo licitações para a construção de quase 2 mil residências de colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, nas vésperas da visita do secretário americano de Estado, John Kerry, para relançar o difícil processo de paz entre israelenses e palestinos.
Segundo a ONG israelense Paz Agora, que rejeita a expansão da colonização, as licitações se referem a 1.031 residências na Cisjordânia ocupada e 828 em Jerusalém Oriental anexada.
“Cada vez que (o premier Benjamin) Netanyahu dá um pequeno passo em direção à paz, dá dois grandes passos para tornar esta paz mais difícil”, lamentou a organização em um comunicado.
“As licitações publicadas hoje não vão apenas dificultar as negociações, mas também vão criar realidades no terreno que tornarão mais difícil a solução de dois Estados (israelense e palestino)”, advertiu a ONG.
Em resposta ao anúncio, “a Organização para a Libertação da Palestina” (OLP) analisa recorrer ao Conselho de Segurança (da ONU) para condenar esta nova decisão israelense, já que existem resoluções internacionais que declaram ilegais a colonização”, declarou à AFP Wasel Abu Yusef, membro da direção da OLP.
Em visita ao Cairo neste domingo, Kerry admitiu que a aceleração da colonização israelense nos territórios palestinos “alterou a percepção da seriedade com que se avança na direção certa”.
O secretário de Estado salientou que Washington “fará todos os esforços possíveis para levar adiante o processo de paz de maneira justa, equilibrada e que reflita a complexidade destes temas”.
Segundo a imprensa israelense, Netanyahu também decidiu construir uma barreira na fronteira com a Jordânia, ignorando a posição dos palestinos, que rejeitam qualquer presença militar de Israel em seu futuro Estado independente.
O jornal Maariv afirma que será erguida “uma barreira de segurança no Vale do Jordão” e que Netanyahu insiste em que um possível acordo com a Autoridade Palestina inclua a presença de militares israelenses nesta região da Cisjordânia que integrará o futuro estado palestino.
Maariv revela que Netanyahu tomou esta decisão em um contexto de “divergências de opinião” e de “bloqueio das negociações entre israelenses e palestinos, por causa do controle militar do Vale do Jordão”.
O jornal acrescenta que o premier israelense autorizará a construção desta barreira “imediatamente após o fim da construção da barreira na fronteira com o Egito”.
(Fonte: terra)