Processo, suspenso em 2012 por determinação da Justiça, deve ser retomado até o dia 15 deste mês
O processo de duplicação do número de contêineres de lixo orgânico em Porto Alegre, tema de idas e vindas entre prefeitura e Justiça desde o ano passado, terá novo capítulo este mês. O município deve lançar, até o dia 15, um novo edital de licitação para instalar mais 1,2 mil equipamentos nas ruas da cidade. Com isso, a ampliação do serviço automatizado deve se concretizar no ano que vem.
Hoje, a Capital tem 1,3 mil contêineres (cem de reserva) espalhados por 13 bairros. Pelo projeto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), seis outros bairros passarão a contar com o serviço (mais detalhes abaixo), com um total de 2,4 mil unidades.
Regiões onde hoje o sistema é parcial – nas quais parte do lixo orgânico ainda é recolhida com caminhões e garis – passarão a ser cobertas integralmente pela coleta mecanizada. Implantado há dois anos, o sistema automático ainda é um desafio para a cidade. Nem sempre os usuários separam os resíduos e acabam, indevidamente, colocando lixo seco nos contêineres.
O diretor da Divisão de Limpeza e Coleta do DMLU, Rodrigo Chies, avalia positivamente a evolução do serviço, embora não disponha de uma estatística precisa sobre o uso correto (ou não) dos contêineres. Segundo ele, o município aplica de 50 a cem multas por mês por descarte irregular de lixo, por parte de cidadãos e empresas. A punição varia entre R$ 50 e R$ 500.
– O contêiner conscientiza por si só. Ali está escrito: “Lixo orgânico”. O problema de as pessoas separarem ou não o lixo é nacional. Tem muito a se aprender – analisa Chies, acrescentando que não há planos imediatos de adotar contêineres também para o lixo seco.
O presidente da Associação Comunitária do Centro Histórico, Paulo Guarnieri, acredita que a população do bairro – uma das regiões atendidas pela rede automática – está se adaptando ao serviço, embora ajustes ainda sejam necessários.
– Não está tão ruim como antes, com pilhas de lixo na rua. Mas o caminhão só recolhe do lado direito da via, então às vezes as pessoas têm de atravessar uma praça ou uma rua carregando sacos de lixo. Não tenho visto reclamações quanto ao horário da coleta. São detalhes – diz Guarnieri.
Cinco serviços, cinco editais
O aumento na rede automatizada era um dos cinco serviços incluídos no edital lançado pelo DMLU em agosto do ano passado. A licitação foi suspensa pela Justiça no mês seguinte, por suspeita de irregularidades. Em maio deste ano, a prefeitura decidiu reformular o edital, desmembrando as licitações para cada item – coleta domiciliar, coleta seletiva, recolhimento de lixo público e transporte de resíduos são outros temas que estavam no plano original.
A prioridade será começar a licitação dos novos contêineres para que o serviço seja implantado ainda no primeiro semestre de 2014. Atualmente, o serviço vem sendo feito por meio de contratação emergencial, assim como a coleta domiciliar e a capina. A expectativa do DMLU é começar a licitação referente à coleta domiciliar até o início de setembro.
(Fonte: Diario Gaucho)