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Prefeito fala sobre os 464 anos de Vitória com gestão compartilhada e anuncia a criação da “Escola da Vida”

Na véspera do aniversário de 464 anos da cidade de Vitória, o prefeito Luciano Rezende (PPS) apresenta dados e números conquistados nos dois anos e meio de gestão. Dentre as ações das quais mais se orgulha está a implantação da ciclofaixa aos domingos e feriados e a construção da ciclovia.

 

Segundo ele, alguns trechos da ciclovia da Capital “desafiavam” administrações.

 

Apesar do problema provocado com o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), Luciano afirma que sua gestão está contornando os problemas de caixa com cortes significativos em contratos e na folha de pagamento dos servidores, e redução do número de comissionados.

 

Em primeira mão, Rezende anuncia ainda a criação do projeto Escola da Vida, que entrará em vigor na cidade neste mês

de setembro.

 

Confira a entrevista:

 

Folha Vitória – O lema da sua campanha em 2012 era “Muda Vitória”. A cidade obteve mudanças?
Luciano Rezende – Nós nos comprometemos no período eleitoral com o Muda Vitória, que era transformar a cidade em uma cidade mais organizada, mais segura e mais humana. Com dois anos e meio de governo, Vitória é mais organizada, mais segura e mais humana.

 

FV – O que mudou?

 

LR – A cidade está com uma limpeza exemplar, toda sinalizada em pistas, faixas de pedestres, toda cuidada, jardins, parques… O sistema burocrático da Prefeitura avançou. Está mais rápido, mais prático, diminuindo tempo de espera. Documentos estão tramitando mais rápido. O rigor com o uso do dinheiro público, com a ética, com a transparência é total no governo. Todos me conhecem. Minha história é ligada com rigor nesses temas. O nosso site de Transparência de governo, com todas as informações possíveis, foi considerado o segundo melhor do país, apenas atrás de Recife. Estamos trabalhando para que a distância seja encurtada. Nós estamos, na segurança pública, tendo índices absolutamente inéditos.

 

FV – Quais as transformações na segurança pública de Vitória?

 

LR – Houve uma melhoria de segurança pública em todo Estado. Mas os números de Vitória são absolutamente impressionantes. Em junho, tivemos a menor taxa de homicídios dos últimos 32 anos. E isso está acontecendo há mais de um ano. Todos os homicídios, ocorrências policiais, arrombamentos, assaltos em Vitória estão caindo. E é, evidentemente, um ganho para toda sociedade. É um trabalho em parceria com instituições estaduais e federais. Mas, a Prefeitura tem feito a sua parte, protagonizando essa cidade mais segura.

 

FV – E o que mais aconteceu?

 

LR – As praças de Vitória, que estavam sujas, quebradas, abandonadas e com iluminação deficiente, hoje estão recuperadas, bem cuidadas, limpas, com boa iluminação, uma iluminação a led, moderna, e ocupadas por pessoas praticando exercícios físicos, num esporte noturno. Foi o compromisso de campanha. Os aulões noturnos são sucesso absoluto, com mais de duas mil pessoas espalhadas por praças, parques, ruas, principalmente em bairros populares.

 

FV – Por que o senhor afirma que a cidade ficou mais segura?

 

LR – Onde você ocupa as áreas públicas você melhora a segurança. Além disso, a nossa Guarda foi ampliada para 24 horas e trabalha integrada com a Polícia Militar no policiamento. O videomonitoramento na cidade que era de algumas câmeras, hoje tem mais de 200 e estamos indo para 300 câmeras até o final do governo. A cidade está toda monitorada. Qualquer delito na cidade é detectado. Não adianta trocar de camisa, trocar de bicicleta, entrar num carro porque a gente acompanha pela Central de Videomonitoramento. E a Guarda Municipal e a Polícia Militar vão prender essa pessoa.

 

FV – E na área de assistência social? O que foi feito?

 

LR – Vitória tinha quase 1.000 moradores de rua na cidade. Exatamente 732. Nós fizemos um programa que se chama “Onde anda você?”, que será complementado com a “Escola da Vida”. Já estou dando a notícia em primeira mão, vai ser inaugurada agora em setembro, na Serafim Derenzi.

 

FV – A Escola da Vida foi bastante comentada durante a sua campanha. Como funcionará?

 

LR – Esse acolhimento, capacitação, tratamento, aluguel social que não existiam na cidade. Tinham pessoas que moravam num abrigo há três anos. Nós demos o aluguel social. As pessoas saíram do abrigo, liberaram vagas para outras pessoas. Conclusão: de 732 pessoas que estavam nas ruas em janeiro de 2013, dia 01 de setembro tínhamos 117 pessoas. Eu falo com essa precisão porque eu recebo os relatório todos os dias. Ontem em Vitória tinham 117 pessoas nas ruas. Uma redução de quase 85% com acolhimento e tratamento. Muitas dessas pessoas, não todas, usam crack e álcool e por isso assaltavam.

 

FV – Como essa realidade foi modificada?

 

LR – Com o parquímetro que nós instalamos no Centro e na Praia do Canto o trânsito ficou mais organizado, diminuiu o número de automóveis circulando e nós tivemos uma melhora de segurança, porque a movimentação das equipes que trabalham com o parquímetro, as câmeras e a diminuição de pessoas que ficam na rua cuidando de carros diminuíram. As pessoas que existiam nós capacitamos antes de implantar o parquímetro, e algumas pessoas que estavam na rua fantasiados de flanelinha não eram flanelinhas. Eram pessoas que cometiam crimes. Então, melhorou essa segurança.

 

FV – Agora a cidade ganhou em mobilidade, não é mesmo? Como tem funcionado a questão do trânsito?

 

LR – A grande marca da cidade de Vitória, que se tornou a Amsterdã brasileira, é a política com bicicleta. Nós construímos e recuperamos mais quilômetros de ciclovias em dois anos e meio do que toda a história da cidade. Mais que o dobro. Fizemos trechos de ciclovia perigosíssimos, que desafiavam várias administrações. O trecho aqui em frente à Rede Vitória, a travessia do cais do porto, com muitas mortes inclusive. Hoje tem uma ciclovia segura na região. Nós transferimos as vagas que existiam ali para o parquímetro que está na região, fizemos uma ciclovia segura. A Ponte de Camburi desafiava várias administrações, era um trecho de ciclovia complexo.

 

FV – Que tipo de problema foi necessário solucionar para implantar esse trecho de ciclovia?

 

LR – Nós tivemos que alargar a ponte, trocar todo o cabeamento que liga a ilha ao continente. Mudamos toda a iluminação da área, mexemos nos canteiros. Existiam ali terremos em litígio com a Prefeitura e nós pacificamos esses litígios e fizemos uma ciclovia segura. Ainda tem a ciclofaixa de domingo que é um sucesso absoluto. Milhares… Mais de cinco mil pessoas todos os domingos… Crianças, adultos. Eu mesmo, na semana passada, levei meus filhos para pedalar. Tenho um filho de seis anos e um de sete anos. Fui com a Marina. E eles pela primeira vez pedalaram até a Vale. Ficaram superfelizes. Bicicleta sem rodinhas, então, foi uma alegria para eles.

 

FV – O senhor postou no Instagram? Como tem sido essa relação com a população por meio das redes sociais?

 

LR – É eu posto isso tudo para estimular. E vou de bicicleta para a Prefeitura toda sexta-feira. É o dia que me organizei para ir de bicicleta para a Prefeitura. Estamos com uma licitação na rua para aluguel de bicicletas. Em breve teremos aluguel de bicicletas na cidade para que você não precise nem ter bicicleta para pedalar em Vitória.

 

FV – E terá mais novidades para quem optar pelas bicicletas?

 

LR – Estamos estudando também os vestiários públicos para que você possa trocar de roupa da bicicleta para o trabalho. Enfim, há também a mobilidade urbana mais humanizada no transporte coletivo. Nós vamos iniciar a faixa exclusiva de ônibus em janeiro na cidade. E já começaremos em outubro a bilhetagem única. Ou seja, você usa dois ônibus e paga um só ônibus em Vitória.

 

FV – Como funcionará?

 

LR – Agora fazendo com que o nosso deslocamento seja melhor tirando os ônibus das grandes avenidas porque os micro-ônibus levarão as pessoas até o ponto de troca no “Integra Vitória”.

 

FV – Mudando um pouco de assunto, como anda o relacionamento do senhor com o governo do Estado?

 

LR – Nosso relacionamento com as instituições estaduais e federais são de absoluto respeito e colaboração. E é assim que vamos continuar. No exercício da gestão os entes federativos precisam trabalhar em harmonia. Quando os entes federativos não trabalham em harmonia quem perde é a população e, principalmente, a mais necessitada. Então, com essa consciência nós trabalhamos, colaboramos de mãos dadas e de braços abertos com todos os entes federativos quer eles sejam estaduais, federais ou mesmo do terceiro setor da sociedade.

 

FV – A ONU considerou Vitória a segunda cidade com maior IDH do litoral brasileiro, perdendo apenas para Florianópolis. Como o senhor avalia esse dado e como manter ou talvez até melhorar essa posição de Vitória?

 

LR – Esse ano nós tivemos as avaliações dos anos de 2013 e 2014. Tivemos muitas premiações. A avaliação do ensino de Vitória, o Ideb, cresceu muito de 2013 para 2014. Nós construímos 2.000 vagas em Vitória e acabamos com o sorteio de vagas em escolas de Vitória. A cidade tem a melhor educação infantil do país. Numa avaliação no Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul nós estamos em primeiro lugar na educação infantil por causa dessa universalização do ensino. Em Vitória existia um sorteio de vagas indigno, onde os pais tinham que chegar em casa e dizer para as crianças que elas não iriam para a escola porque elas não tinham sido sorteadas.

 

FV – E tem a experiência inédita no Estado de escola em período integral. Como funciona?

 

LR – Em Vitória já funcionam três escolas em tempo integral. Desde o início do ano temos uma escola toda preparada para o ensino integral. O aluno fica nove horas por dia, desenha um projeto de vida. Onde esta escola foi implantada no Rio, Pernambuco, Minas Gerais, a avaliação do Ideb dessas escolas é extraordinariamente alto. Nós estamos ali contratando o futuro dessas crianças em Vitória.

 

FV – E como anda a saúde da Capital?

 

LR – Na saúde, eu estive este ano em Washington para receber um prêmio pelo nosso sistema de saúde. Implantamos em Vitória, em agosto de 2014, um sistema de avaliação por torpedo. A pessoa sai da Unidade de Saúde e ela avalia o seu atendimento. Isso me proporcionou a possibilidade de fazer uma melhor gestão da qualidade do atendimento. Em Vitória hoje, nós temos o prontuário online. As unidades estão todas conectadas. Você não tem que levar exame e nem prontuário de uma unidade para outra. Além disso, nós colocamos o QR Code e assinatura digital que evita fraudes, dá mais segurança. E esse prêmio que eu recebi em Washington, em nome da nossa equipe de saúde e da tecnologia de informática, é muito importante porque ele foi fruto de uma votação de 9 mil lideranças e autoridades da América Latina . De 101 trabalhos, quatro foram escolhidos e o de Vitória foi escolhido na área de saúde. A revista Exame também classificou nosso sistema municipal de saúde como o melhor do país, e o nosso sistema de educação como o terceiro melhor sistema do país. Então, são duas áreas importantes sendo classificadas lá na frente.

 

FV – Vitória se tornou uma capital digital? Como é o desenvolvimento tecnológico?

 

LR – A cidade de Vitória é considerada uma cidade inteligente, conectada. Nós estamos com 76 pontos de internet livre na cidade e um alto índice de conexão. Estamos trabalhando no nosso parque tecnológico que vai ter três bases. Ele vai ser difuso pela cidade. O parque tecnológico de Goiabeiras, a Fábrica de Ideias e o Centro da cidade. Então, teremos uma rede de Cidade Inteligente, conectada produzindo e fortalecendo a economia criativa, fortalecendo a cultura e esporte como geração de renda. Isso na cidade está avançando. Para mim, o prêmio mais, vamos dizer assim, significativo que a cidade recebeu foi o prêmio da revista Financial Times, a revista americana. Esse ano ela pesquisou todas as cidades das três Américas, e classificou as cidades como cidades do futuro, cidades inteligentes, cidades com qualidade de vida acima da média. Vitória no grupo de cidades com população média ficou em sétimo lugar, atrás apenas de quatro cidades dos Estados Unidos e duas cidades canadenses. Então, é um negócio absolutamente impressionante como a cidade se avoluma sendo reconhecida. Estou dando palestra pelo Brasil para falar da nossa gestão compartilhada em Vitória, esse modelo horizontal conectado, onde a gente usa a #somostodosprefeito, um governo de gestão democrática.

 

FV – O que o senhor diz nessas palestras?

 

LR – Chego nesses lugares e digo o seguinte: agora tenho uma notícia que era um sonho para mim. Vitória hoje é uma cidade segura. Antigamente a imagem da cidade não era essa. Hoje é uma cidade segura.

 

FV – Como conciliar esse crescimento da cidade econômica pensando no lado sustentável e a manter essa qualidade de vida?

 

LR – Primeiro fazendo a gestão com planejamento estratégico a longo prazo. Nós estamos, este ano, discutindo o PDU pela primeira vez no conceito de gestão compartilhada com toda a cidade. O PDU está desde o início do ano sendo debatido com as comunidades, em segmentos. Disponibilizamos online toda a discussão do PDU para que as pessoas pudessem colocar as propostas. E esse PDU discutido com as comunidades tem a possibilidade de contratar o futuro da cidade. Vitória pós-Fundap, que é o nosso grande desafio, aquela cidade rica que nós conhecemos, vai precisar se reinventar. Então, nesse desafio eu tenho me dedicado todos os dias da gestão, fizemos um grande ajuste já em março de 2013, dois meses depois de assumir a prefeitura, outro ajuste em 2014, e dois ajustes em 2015. E a cidade está buscando uma nova base de arrecadação que tenha como força o ISS, as atividades humanas que é a vocação da cidade de Vitória.

 

Então, estamos preparando a cidade para a economia criativa, onde a gente produz muitos recursos com turismo, comércio, inovação, tecnologia, esportes, cultura, atividades humanas sem gerar poluição e mantendo a qualidade de vida da cidade.

 

FV – Já que o senhor tocou no assunto da crise, da perda de arrecadação. A Prefeitura perdeu R$ 205 milhões. Como driblar essa perda de receita?

 

LR – Pois é, a violência cometida contra Vitória foi maior do que com qualquer outra cidade do Brasil. Vou te explicar. Além da crise econômica, ética, política, administrativa que estamos vivendo no Brasil, que é gravíssima, o Brasil é, hoje, com todo respeito, uma nau à deriva. O Brasil é um transatlântico com ninguém no timão. Nesse mesmo momento que estou dando entrevista para você, nós não sabemos quem lidera o país. O governo perdeu a credibilidade, perdeu a capacidade de governar o país e o país é hoje uma nau à deriva. Essa crise, por si só, já seria muito grave para as finanças de qualquer cidade. Mas, no caso de Vitória, e dos municípios do Espírito Santo, tivemos uma pancada adicional, que num ato de irreponsabilidade do governo federal, ele acabou com o Fundap em abril de 2012, numa resolução que ele encaminhou para o Senado, e a liderança do governo no Senado encaminhou essa votação. Esse fim do Fundap, que era um mecanismo, que durante 40 anos todos os municípios do Espírito Santo estavam ancorados e o governo do Estado também, desapareceu da noite para o dia. Todos os municípios do Espírito Santo perderam, mas Vitória perdeu mais por um motivo específico: as 200 empresas fundapianas pararam suas atividades ou diminuíram suas atividades, quase a totalidade delas estava em Vitória. Então, comecei a governar com 21% do ICMS estadual e estou governando agora com 15% em queda. Então, essa cidade teve que fazer uma reengenharia em cima das medidas que tomamos diminuindo cargos comissionados.Diminuímos quase 200 cargos comissionados em 1.000. Estamos ainda em processo de diminuição. Reduzimos valor de aluguel, reduzimos valor de contrato, reduzimos custos com diárias. Hoje, a partir de um decreto que eu baixei em junho, ninguém mais tem diária para viajar. Passagens aéreas só em caso de grande justificativa. O número de carros foi diminuído. Os desperdícios com luz, água… Enfim, nós estamos tomando as medidas necessárias no meio para que a população não perceba. E não está percebendo. Muito pelo contrário, os prêmios estão só aumentando. Então, nós estamos fazendo mais com menos.

 

FV – Para finalizar, qual o lugar que o senhor prefere em Vitória, que o senhor gosta de passar seus momentos de lazer com sua família?

 

LR – O meu local preferido na cidade por causa da minha história de vida é a Baía de Vitória, o Centro de Vitória, o Lameirão, Ilha das Caieiras porque eu passei grande parte da minha vida remando naquela região e estudei no Centro de Vitória. Atualmente, o que mais gosto de fazer é pedalar na ciclofaixa de domingo com minha família na orla mais linda do Brasil.

 

Fonte: Folha Vitória

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