A Eletronuclear vai responder, até segunda-feira, o pedido de impugnação da licitação dos serviços de montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, apresentado pelo consórcio UNA 3, formado pelas empreiteiras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e UTC Engenharia. O consórcio questiona o orçamento do serviço, estimado pela estatal em R$ 2 bilhões, e alega que o valor precisa ser revisto para cima.
Conforme antecipado na quarta-feira pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, a data de entrega da proposta comercial foi adiada de ontem para 24 de julho. A estatal informou que a alteração não foi motivada pelo pedido de impugnação, mas por uma decisão preventiva da própria companhia, devido a uma auditoria que está sendo realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo a Eletronuclear, o pedido de impugnação, a princípio, não afetará o cronograma da usina. A empresa mantém a previsão de entrada em operação da usina para maio de 2018. A previsão anterior, porém, era meados de 2016, mas foi alterada por mudanças na parte de instrumentação e controle da usina, segundo informou o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, em entrevista realizada em junho.
De acordo com o edital da concorrência, os consórcios pré-qualificados deverão apresentar, na data determinada, os documentos necessários e o valor oferecido pelo serviço. Na ocasião, a comissão de licitação abrirá os envelopes, mas não anunciará os valores propostos. Além do UNA 3, participa da licitação o consórcio Angra 3, formado por Queiroz Galvão, Empresa Brasileira de Engenharia e Techint.
Principal concorrência relativa à Angra 3 ainda em andamento, os serviços de montagem eletromecânica são divididos em dois pacotes. O primeiro está relacionado ao sistema primário, que cobrirá as atividades da área nuclear, no valor estimado de R$ 850 milhões. O segundo é voltado para os sistemas convencionais da usina, no valor previsto de R$ 1,08 bilhão.
A terceira usina nuclear brasileira terá 1.405 megawatts (MW) de capacidade e investimento total previsto de R$ 10,3 bilhões.
Ontem, a Eletronuclear informou que a usina de Angra 1, de 640 MW, foi desligada do Sistema Interligado Nacional (SIN). “O desarme do reator aconteceu devido à atuação não programada de parte das barras de controle – responsáveis por controlar a potência da unidade – durante a realização de um teste periódico nesses equipamentos”, informou a subsidiária da Eletrobras, em nota. Técnicos da companhia ainda investigam as causas do problema para determinar quando Angra 1 poderá retornar à operação. Ainda segundo a empresa, o evento não ofereceu risco à população.
Por: Rodrigo Polito e Diogo Martins | Do Rio
(Fonte: Valor)